quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Pesquisa em Arte - 3a. parte


(Esse texto é parte de uma comunicação que fiz para o I encontro do grupo Esporo sobre pesquisa em arte.
Falo de meu trabalho artístico e de meus conceitos de pesquisa em arte. Esta é a terceira parte, em um próximo momento postarei mais uma parte do texto com mais imagens)


Eu fotografo esporadicamente. Vejo, observo mais que fotografo, não carrego comigo uma câmara, embora muitas vezes sinta que devia carregar. Entre minhas fotos estão vistas urbanas, edifícios e paisagens emolduradas por edifícios. Não tenho, porém, uma preocupação documental; no momento da foto, me preocupo mais com a beleza da foto, o enquadramento, a expressividade. Também não fotografo para aproveitar a foto posteriormente em gravura ou em papelões, jamais recorro às fotos feitas na elaboração de um novo trabalho. Funciona mais como um registro, um elemento a mais de minhas observações. Às vezes penso que encaro a fotografia como uma linguagem artística a mais, entre os meus processos de trabalho, embora eu careça de mais informações sobre essas técnicas. Tenho retrabalhado algumas dessas fotos também no computador, com ferramentas primárias de computação, pois não tenho conhecimento de corel ou de fotoshop. Nesse momento fico entre “corrigir” a foto (acentuar ou atenuar brilhos e sombras, cortar e reenquadrar) e alterar profundamente a fotografia, “criando” sobre ela ou com ela, produzindo uma nova imagem sem compromisso com a original. Tenho feito isso, ultimamente, e penso muito em aprofundar-me nessa experiência.



A gravura invariavelmente está cingida a esse tema mesmo. Crio representações de cidades, mas, sem preocupação com realismo ou verossimilhanças. Muitas vezes são apenas formas quase geométricas, quase abstratas, explorando apenas o movimento e a sensibilidade (sensualidade) dos traços ou das formas. Não me decido por uma técnica ou um suporte único. Gosto de variar da xilo para o metal, da lito para a serigrafia, da matriz de plástico para a colagravura, ou quaisquer outros suportes em que possa gravar uma imagem e imprimi-la. Tenho procurado tirar partido de todas as possibilidades, experimentando até mesmo no momento da impressão da gravura. E tenho me esquivado também a obedecer a algumas convenções da gravura. Exploro as possibilidades da impressão, faço sobre-impressões ou deslocamentos na impressão, imprimo sobre outros suportes, como jornais, faço colagem de gravuras. Nem sempre faço uma tiragem de cada gravura, ou faço algumas poucas impressões e continuo trabalhando a matriz e fazendo novas impressões. Esses procedimentos estão descritos um pouco mais detalhadamente no livro que publiquei ano passado

 gravura em matriz de lona impresso em papel super alfa
 gravura em matriz de plástico impresso em papel super alfa
gravura em matriz de lona impresso em papel super alfa
Chamo de gravura digital às imagens que eu crio no programa do Windows – paint – com a intenção de fazer uma tiragem, como uma gravura comum. Eu trabalho no paint com o mesmo espírito de gravador, crio diretamente na tela do computador uma imagem virtual que funciona como uma matriz, criada para ser impressa no papel; ou eventualmente em outro suporte, em gráficas especializadas, como a lona plástica. É um programa que apesar de não ter os recursos que têm outros programas de tratamento de imagens (como corel draw ou fotoshop) utilizados por fotógrafos e designers, mas que, no entanto, possibilita trabalhos muito bem elaborados. No geral eu tenho produzido imagens com as ferramentas próprias do programa, há pouco tempo, porém, comecei a trabalhar sobre algumas imagens escaneadas, como desenhos de meus cadernos de rabiscos ou sobre alguma de minhas fotografias, ou, ainda, sobre alguma imagem encontrada nos arquivos do computador. Mas são experiências ainda incipientes, que pretendo também aprofundar mais.



segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Pesquisa em arte - 2a. parte.



Meu projeto de pesquisa tem como título ‘Produção artística – experimentação de materiais’, título genérico, porque não se restringe às experiências com os materiais e suportes; tem forte preocupação com a poética desses materiais e seus significados e propósitos para a concepção e confecção da obra.

Meu tema tem sido nos últimos anos a cidade, particularmente a cidade grande e sua problemática. E o exploro sob diferentes formas e materiais, principalmente na gravura e nos trabalhos em papelões, mas tenho feito, sem muitas pretensões, incursões em outros campos, como no desenho e na fotografia.

Começando pelo desenho, costumo dizer que desenho compulsivamente, ainda que sem anseios de realização de um trabalho final elaborado, para ser exposto, mais como um exercício. Carrego sempre comigo um pequeno bloco comum de anotações (que eu chamo caderno de rabiscos) e uma esferográfica. Tenho inúmeros blocos cheios, guardados. Esses desenhos não têm nenhum compromisso, nenhuma preocupação maior, são realmente “rabiscos”, assim como não têm nenhuma temática específica, ainda que estejam invariavelmente girando em torno de paisagens urbanas. Não são pensados como projetos, nem esboços. Não os aproveito para realizar uma gravura ou um trabalho de papelão, apesar de que, tenho certeza, eles me servem, inconscientemente, para tal. Talvez nem tão inconscientemente.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Pesquisa em Arte

Pesquisa em materiais e poéticas visuais
                              (Esse texto é parte de uma comunicação que fiz para o I encontro do grupo Esporo sobre pesquisa em arte.
                              Falo de meu trabalho artístico e de meus conceitos de pesquisa em arte. Num segundo momento postarei
                              outra parte do texto com mais imagens.)



A minha concepção de pesquisa em arte, dito de uma forma bem sintética, pressupõe duas coisas básicas, uma produção artística e uma reflexão sobre essa produção. Uma produção em andamento, o que quer dizer que produção e reflexão acontecem simultaneamente, ou paralelamente. Isso significa que podemos dizer que sem uma produção artística não há pesquisa em arte. Não podemos falar de pesquisa em arte, ou de pesquisa em poéticas visuais, se não existe um trabalho de produção de arte.

[Nota: existe arte sem pesquisa? Essa é outra questão interessante, não necessariamente para discutir nesse momento, mas que não deve ser descartada.]

Pesquisa em arte significa primeiramente ter um tema, um assunto, um motivo, ou um problema sobre o qual trabalhar, se preocupar, pensar, investigar, aprofundar e produzir. Significa também, claro, chegar à realização de um trabalho concreto, a uma produção, a uma resposta, ou (e/ou), provavelmente, a mais questões, mais dúvidas, mais reflexões.

A pesquisa se faz conforme o tema, o assunto, a técnica, a proposta de trabalho. Pode incluir a investigação em áreas específicas como a filosofia, ou a antropologia, ou a psicologia, ou a física, ou qualquer outra área de conhecimento, como também pode abarcar, simultaneamente, um leque grande de abordagens. Acho que necessariamente não precisa se prender a especificidades e as leituras devem caminhar segundo o trabalho em realização. Muitas vezes o trabalho se faz, mais do que é feito. Explico: nem sempre o artista domina o trabalho, em geral tem uma visão (que por vezes pode ser muito vaga) do que quer ou pretende e essa pretensão vai se formando, devagar, à medida que se vai trabalhando – e estudando –, até chegar a um termo. A pesquisa, as leituras, as reflexões, influenciam o trabalho, mas, da mesma forma, o trabalho influencia a pesquisa.

A arte se faz com muita vontade, como uma forma do artista ver o mundo, e uma forma de expressar esse mundo (ou de se expressar nesse mundo), que vem por sua vez de sua experiência/vivência desse mundo, do lugar em que nasceu e se criou, da forma em que foi criado/educado, da classe social a que pertence, da cultura (leia-se país, estado, cidade, região) em que cresceu, dos estudos que teve ou que não teve. E vendo, observando, estudando, captando, atentamente, compulsivamente. E com muito trabalho.

“O pintor não parte do nada: é da vida que ele vai extrair o tema para sua obra e, simultaneamente, traz consigo reflexos de sua vida.” CARMO. Paulo Sérgio do. Merleau-Ponty: uma introdução. São Paulo, EDUC, 2004, p. 134.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

experimentos...

Fotografo paisagens urbanas ou rurais (pessoas quase nunca),
edifícios altos ou casarios, telhados, fachadas, portas ou janelas, detalhes, sombras, ângulos, particularidades...
Depois gosto de trabalhar essas fotos no computador, nesses programas mais simples, mesmo - no Paint Brush ou no Microsoft Office Picture Manager. Trabalho não para corrigí-las ou aperfeiçoá-las, mas para criar com elas outra coisa, que não sei de antemão o que será - escurecendo ou clareando radicalmente, mudando ou invertendo a cor, fazendo recortes, interferindo na composição.
Gosto de brincar com a imagem, com o mesmo espírito com que trabalho a gravura, esperando uma surpresa, o que ela poderá me oferecer.
Ainda não sei exatamente o que vou fazer com isso - talvez, imprimir em grandes formatos?
E sobre qual suporte?

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Congonhas - MG. Escuturas e Aleijadinho

Escultura: Cristo, de Aleijadinho. Que grande artista foi Aleijadinho! A foto dispensa qualquer comentário! Todas as fotos a seguir foram feitas por mim, em Congonhas (antiga Congonhas do Campo) - Minas Gerais.
















Profeta de Alejadinho



Profeta

terça-feira, 26 de julho de 2011

... ainda, os plásticos na gravura...

Cada plástico tem uma característica, de modo que cada técnica pode apresentar resultados diferentes de acordo com o plástico utilizado.



A ponta seca , por exemplo, pode ser utilizada em todos os plásticos. No acrílico, cuja superfície é muito dura, obtemos um resultado mais parecido com a ponta seca sobre o cobre. No PVC é aproximado, assim como no policarbonato. No poliestireno, porém, como é muito macio, as rebarbas são muito mais acentuadas, de tal modo que se obtém muito facilmente áreas escuras, com um simples cruzamento de linhas.



Do uso do buril, pode-se dizer quase a mesma coisa. Pode ser usado em todos os plásticos. O acrilico, como é o mais duro, dá um resultado mais aproximado à gravura em metal, ah! e praticamente o mesmo grau de dificuldade de trabalhar que o cobre! Nos demais plásticos, é mais fácil o uso do buril, com belíssimos resultados. Por outro lado, tende a dar uma linha muito funda, que dificulta a impressão em oco, mas, dá um ótimo resultado na impressão em relevo.


Minha pesquisa em plástico não foi na busca de um substituto para o metal ou para a madeira, mas antes, para descobrir as possibilidades que os plásticos pode apresentar e, claro, tirar o melhor partido disso! Proximamente, falamos de outras técnicas nos plásticos...



Fico falando nesses nomes complicados, gostaria de observar que é muito difícil distinguir um plástico de outro, mesmo para os especialistas! O poliestireno é esse plástico mais comum usado em caixas de CDs e nos próprios CDs (quebra fácilmente). Acha-se para comprar em grandes placas. O polipropileno é esse plástico usado para encadernação nas fotocopiadoras, mais difícil para comprar, pelo menos na minha cidade. Acrílico se acha para comprar, mas, é meio caro. O polipropileno é barato. PVC, também se acha, é mais acessível para o bolso. O polietileno é um plastico leitoso, mais difícil de achar, é o melhor substituto para o linóleo!









Acima: gravura realizada em uma matriz de poliestireno, plástico macio, que permite trabalhar com diversas ferramentas. Nessa matriz foram utilizadas, basicamente, ponta seca e buril, mas, também, roleta, berçô, goiva e diluição com solvente e carborundum.


Abaixo: gravura também realizado em poliestireno, ponta seca, buril e gravação de textura. (Ambas as imagens são de 1995)



sexta-feira, 22 de julho de 2011

Fui convidado pela Usina de Artes - instituição estadual da cidade de Rio Branco, capital do Acre - para ministrar uma oficina de gravura em matrizes de plásticos, na primeira semana de julho último.

Tenho um livro sobre esse assunto, fruto de minha pesquisa de tese de doutorado, defendida em Madri - Espanha, no final do ano de 1995, publicado pela Editora da UFG, em 2004*.

Trabalhei com cinco tipos de plásticos - PVC, PVC expandido, poliestireno, polietileno, polipropileno, policarbonato e acrílico – para utilizá-los como matriz de gravura, pesquisando diferentes maneiras e materiais para gravar sobre sua superfície e imprimi-los.

As formas desenvolvidas para gravação foram: (a) incisões com ferramentas de xilogravura e de calcografia; (b) diluição, para criação de tons e texturas, com solventes fortes; (c) calor, através do uso de pirógrafo ou soldador elétrico, soldador a gás e queimas; (d) furadeira com pontas de metal ou volfrâmio e (e) impressão de texturas, com pressão, calor ou diluição.

Cada plástico tem características que os assemelham o os distinguem, como dureza para incisões (como o PVC e o acrílico), ou, ao contrário, ductibilidade, (como o polietileno e o PVC expandido; maior resistência ao solvente (como o polipropileno e o polietileno), ou menor (como o poliestireno e o acrílico); etc. Alguns são mais propícios para determinadas técnicas e outros para outras formas de gravar. Tem que se escolher o plástico de acordo com o objetivo ou o projeto, ou adaptar-se a eles.

Mas as possibilidades são muitas, com resultados algumas vezes semelhantes à xilogravura, outras vezes similares à gravura em metal e muitas vezes com características muito próprias que os distinguem de todos os processos de gravuras.

Além disso, permitem a impressão em relevo (como a xilo) ou em oco (como o metal) e, muitas vezes, dependendo da gravação, permitem a impressão simultânea em oco e em relevo. E, ainda, a impressão pelo método de Hayter.

*CLÍMACO, JCTS. Gravura em matrizes de plástico. Goiânia: Editora da UFG, 2004.



Posteriormente, postarei aqui algumas imagens de minhas experiências.












Fotos da oficina de gravura em matrizes de plásticos, ministrada na Usina de Artes em Rio Branco - Acre


Gravando a matriz de plástico com um soldador elétrico





Entintando a matriz com um rolo de xilografia para impressão em relevo



Limpando a matriz para uma impressão em oco, à maneira da gravura em metal

Impressão da matriz de plástico: ponta seca e pirógrafo em matriz de poliestireno




































quarta-feira, 13 de julho de 2011

entrevista

Entrevista concedida à jornalista Renata dos Santos do jornal de Goiânia O Popular, em 1º. de julho de 2011




terça-feira, 24 de maio de 2011

Para os amantes da gravura, em Brasília tem duas exposições imperdíveis:

GOYA - Los Caprichos de Goya - em torno de 60 gravuras da famosa série Os Caprichos
No Espaço Cultural Instituto Cervantes - SESP 707/907, Asa Sul. Até 18 de junho.

RUBEM GRILO- Xilo Gráfico - 1985-2011 - A exposição tem 207 trabalhos, entre xilogravuras, colagens e matrizes. Um trabalho belíssimo, de uma técnica impressionante. Até 26 de junho.

domingo, 15 de maio de 2011



A "5ª Bienal Nacional de Gravura - Olho Latino" inaugura dia 14 de maio às 19h no Museu Olho Latino e Centro de Convenções e Eventos "Victor Brecheret".

Fui selecionado para participar nessa exposição, com a gravura abaixo.


...que é a mesma que esta no cabeçalho desse blog





domingo, 20 de março de 2011


Sabem o que é um pirógrafo?


É um instrumento elétrico que tem umas pontas que se esquentam e com elas desenhamos na madeira, queimando-a. Existe também um soldador elétrico (que se compra em qualquer ferragista), cujo princípio é o mesmo e com ele se pode executar trabalho semelhante.

Pois bem, executei um trabalho pirografado no surdo do Umbando, como desenhos de capoeira.





Vejam aí:






Talvez nem todo o mundo saiba o que é um surdo. É um instrumento de percussão muito usado no samba. Um cilindro de madeira com couro nas duas extremidades e que se percute com uma baqueta com a ponta de feltro. Esse (com 60 cm de altura) foi feito pelo Marquinhos, percussionista do Umbando e fabricante de instrumentos de percussão (Junto com seu irmão Flávio têm uma marca: Fusão Brasileira)

E viva a Música! E viva a Arte! E viva o Umbando!
Que vai se apresentar no Goiânia Ouro dia 3 próximo e no Rio de Janeiro - Teatro Epopéia, na Lapa - dia 16 de abril.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011


Os irmãos Marquinhos e Flavinho - percussionistas do Umbando - criaram o "Fusão Brasileira" - um ateliê de fabricação de instrumentos de percussão. Confecção artesanal, mas instrumentos profissionais, tais como djembê, atabaque, zabumba, alfaia, caixa, surdo, afoxé, etc.

Eles então convidaram, a mim e ao Kléber - vocalista do Umbando - para pintar uma série de alfaias e zabumbas. Alfais são usadas principalmente no Maracatu e as zabumbas, tradicionalmente , em baião e forrós. Mas bandas mais contemporâneas também as utilizam, como Nação Zumbi, Cordel do Fogo Encantado e Umbando.

Aceitei, como um desafio, e aí estão os primeiros intrumentos que pintei.

Não vejo a hora de vê-las prontas











Da esquerda para a direita, uma caixa de folia, duas alfaias, uma zabumba, e, na frente, ainda sem tomar a forma de cilindro, outra zabumba. Esperando para receberem os couros e as cordas de fixação e afinação.




domingo, 9 de janeiro de 2011

Viagem por Lima - Peru

O Peru é um país de uma cultura riquíssima, com belíssimas cidades coloniais e ruínas e sítios arqueológicos muito bem conservados de civilizações pré-colombianas, como a Inca, e algumas ainda muito mais antigas. Vale à pena uma viagem a locais tais como Cusco, a imperdível Machu- Pichu, Arequipa e outras pequenas cidades com suas peculiaridades, seu artesanato indígena, seu folclore, sua comida muito saborosa e um povo muito hospitaleiro.

Não sou fotógrafo profissional, mas fiz uma série de fotos da cidade Lima, capital do Peru, na viagem que fiz em dezembro último. Publico aqui uma pequena seleção delas.


Um prato da riquíssima culinária peruana

Museo de Arte San Marcos - antiga sede da Universidad de San Marcos

Esculturas do artista peruano Quintanilla

Trabalho da série "Pinturas negras" do mesmo artista Quintanilla

Vista de pequena rua da cidade de Lima

Casa na cidade de Lima

Avenida a beira-mar - oceano Pacífico

Detalhe da fachada de uma Igreja em Lima, cheia de pombos que vivem em sua praça.

Edifíco público

Cena urbana

Outra cena urbana

Mais uma cena urbana

Balcões de Lima

mais balcões...

A praça refletida em uma obra de arte pública

Bairro da cidade de Lima